terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

onde?



e a pergunta vinha e vinha: onde estará o amor? aquele que surge distinto, cor de xadrez, cor de neón? aquele que se lança em maiúsculo, como um salto? aquele que não se antecipa, mas quando chega, já estava? desde sempre, onde andará? em que bar, em que cinema? em que esquina perdida? estará com as meninas das janelas? na telefônica, na máquina de costura? no ponto de ônibus, na padaria, na rua da amargura? ao lado da família, no bolso do tio gordo, na foto antiga? em qual gaveta, em qual poesia? onde andará? em que acaso, em que descaso? em que papel, em qual revista, em qual promessa, em qual lembrança? na xícara cor-de-rosa, na varanda, no sobrado, na lagoa? em qual rosa, em qual sorvete? em que silêncio, em que mentira? onde andará? em qual tarde vazia?

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