quarta-feira, 15 de setembro de 2010

primavera


espero sua chegada como quem espera um sinal prometido. tic tac do relógio, atravessando os dias, um instante após o outro a memória faz cócegas. espero sua chegada como se fosse promessa. não promessa sua, de algo que você é ou pode vir a ser. tampouco tenho projetado em você algo de insuperável - perigo maior das esperas. no entanto, sua chegada soa promessa. talvez presságio. será?
espero sua chegada debruçada na janela, sozinha, os olhos no jardim. vezenquando levo as mãos nos bolsos, procuro algo, encontro papéis, papéis, papéis, papéis, papéis e algumas palavras soltas. não sei  bem desde quando elas estão ali, soltas, sozinhas, procurando destino. 
não espero sua chegada como quem espera um destino. também não procuro nada, nem desespero. apenas vivo uma alegria mansa, descuidada de sentido e de valor. vazia de acordes. sem pressa.

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