quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Manga


Cavado o buraco mediu bem o diâmetro da própria cabeça pra ver se cabia.
Cabia e ainda sobrava espaço pros braços.
Mas os braços era melhor pendurá-los no galho de uma árvore pra pegar um ar.
Já que não sabia voar era provável que por dentro da terra fosse seu lugar
ou quisesse que fosse.
Olhou, mediu, assobiou, Silvou, tossiu e decidiu saltar.
O buraco parecia um vizinho, uma assistente social, um porteiro.

Manga.
Manga pra depois do jantar.

Tirou a camisa, pendurou junto dos braços e serenou.
Outras horas depois já descalço tirou os pés usados
e saltou.
O buraco tinha 2 centimetros
mesmo assim foi até o fundo
e desapareceu.

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