terça-feira, 16 de novembro de 2010

sobre amarrar alguém no próprio punho

esperar por você virou rotina. mania antiga. alimentar sonhos guardados em caixas velhas. eu me apaixonei. de você não sei. se sou eu que vou sempre, o que resta? 
transformo o desejo em saudade. sei que você nunca vai ser controlador dos meus passos: não. você também sabe disso e tem medo. você sequer escolhe seu próprio desejo. desejas alguém que segure forte sua mão e diga: "estou contigo sempre, todos os dias, todas as noites." sabes que te abandonarei todas noites, principalmente no inverno. sabes que estarei sempre regada de viagens, encontros, pessoas, mundos. você prefere o silêncio, e aí fica. mesmo assim, te dou a mão daqui e digo: "estou contigo agora, todo esse dia, toda essa noite" e espero que falar do instante seja suficiente. espero que dizer de saudades seja bonito o bastante, sem promessas longínquas, já que vivemos, nesse mesmo instante, na busca infindável de nossos passos. deixemos o amanhã de lado, te quero agora. e isso, sim, isso há de ser o suficiente.

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